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Cinco curiosidades sobre as competições de surfe em Santa Catarina nos anos 80

Em 1981, na etapa decisiva do Circuito Catarinense, foi preciso pedir policiamento para que a bateria final entrasse na água. Um surfista de Imbituba, conhecido como Carcará, inconformado com a eliminação do amigo Neno na semifinal, passou a agredir espectadores indiscriminadamente, "ante a passividade da comissão organizadora".

A primeira competição nacional de surfe em Santa Catarina foi o 1º Festival Olympikus, em 1982. Um colunista alfinetou o estrelismo dos cariocas: "Mordomias fazem mais a cabeça do que uma tremenda wave, quebrando radicalmente pela direita, com velocidade impressionante. Mais um pouco será mais fácil trazer Bjorn Borg para uma partida no aterro do que Cauli, Jefferson e Bocão para surfar na Joaquina".

Em 1983, no 2º Festival Olympikus, Rubens "Bita" Pereira alcançou o melhor desempenho catarinense ao chegar nas semifinais, após derrotar em sequência dois cariocas: Dadá Figueiredo e Frederico d'Orey. Miro contou detalhes em sua coluna: "sábado à tarde D'Orey chega até o palanque preocupado. Pouco antes da bateria com Bita encontrou o adversário sentado na areia lendo trechos da Bíblia em voz alta. O carioca perdeu a bateria."

Em 1985, a moda na praia durante o 1º Op Pro atraiu a atenção da reportagem de um jornal estadual: "O que havia de mais ousado e moderno em termos de moda estava na Joaquina. Tangas gênero enroladinhas, calções quadriculados e sungas cavadas. Cores quanto mais vivas melhor. Rosa-choque, laranja, verde-limão, amarelo e lilás despontavam na preferência. Óculos só espelhados, mesmo assim com frisos furta-cor nas lentes".

Em 1986, um catarinense superou pela primeira vez o domínio de cariocas e paulistas e venceu uma competição nacional na Joaquina: o 2º Op Pro. David Huzadel, de Balneário Camboriú, então com 23 anos, derrotou na final o paulista Neno do Tombo diante de 5 mil pessoas. Dias depois o jornal estampava matéria: "O profissional Davizinho diz que ainda está em 'estado de bobice'"