terça-feira, dezembro 05, 2006

1986 - 2º Op Pro

David Huzadel conquista a primeira vitória catarinense em campeonatos de porte nacional

Local: Praia da Joaquina, Florianópolis
Data: de 16 a 26 de janeiro de 1986

Resultado profissional
1º. David Huzadel (SC)
2º. Neno "do Tombo" Matos (SP)
3º. Gugu do Cabo Frio (RJ)
4º. Almir Salazar (SP)

Resultado amador
1º. Ricardo Tatuí (RJ)
2º. Flávio "Teco" Padaratz (SC)
3º. Guto Carvalho
4º. Tito Mônaco (SP)

Resultado Surfe Feminino
1º. Roberta Borges
2º. Joinedile

Resultado Bodyboard
1º. Kiko Pacheco
2º. Marcos Portinari

Resultado Bodyboard Feminino
1º. Danieli Figueiredo
2º. Flávia Boturão

Resultado Kneeboard
Finalistas: Sérgio Peixe, Marcos Freed, Beto Galindo e André Leopoldo.


Segundo informações do jornal O Estado:
Houve 730 inscritos: 492 na amador, 152 na profissional, 60 no bodysurf, 10 no kneeboard e 16 no surfe feminino. Foram distribuídos Cr$ 300 milhões, "o que o qualifica como o maior campeonato da América Latina" (Miro).
O regulamento das competições foi entregue com antecedência aos participantes e esmiuçado durante duas horas no coquetel de abertura.
A abertura teve público recorde de 4 mil pessoas na Joaquina, o que causou congestionamento, e solenidade com Hino Nacional, hasteamento de bandeira e "momento máximo no minuto de silêncio dedicado ao atleta Alemão do Tombo, que morreu recentemente quando surfava".
Logo no primeiro dia, Robérto Valério, melhor surfista brasileiro no circuito mundial de 85, foi desclassificado por não obedecer a marcação da área de competições, invadindo-a duas vezes.
No dia 19, a entrada do vento sul provocou alterações no cronograma, com o adiamento das baterias de surfe e antecipação do bodysurf e do bodyboard, o que causou "reclamação generalizada das meninas de enfrentar um mar mexido e com ondas baixas".
As primeiras 35 baterias da categoria profissional foram feitas no dia 20, com permanência do vento sul e "mar muito mexido". A eliminação de Daniel Friedmann após cometer interferência foi a surpresa do dia. Bilo e Saulo Lira passaram suas baterias. Destaques: Dadá Figueiredo, Amaro do Tombo, Tinguinha e Cauli Rodrigues.
No dia 21, o mar melhorou com a entrada do vento nordeste. "Os competidores da ACS Bita, Lima, Bilo, Davizinho, Saulo Lira, Ivan Junkes e Luiz Neguinho passaram a primeira fase". No dia 22 as ondas tinham "de três a cinco pés de altura, já com menos regularidade, o que não deixou de apresentar boas disputas". Entre os amadores, destaque para Guto Carvalho do Cabo Frio e Flávio Teco Padaratz de Balneário Camboriú, "que tem como técnico o surfista e fabricante de pranchas Avelino Bastos, da Tropical Brasil".
No dia 24 as ondas baixaram. Davi Huzadel, Roberto Lima e Ivan Junkes venceram suas baterias na profissional. "As performances de Tinguinha, Renato Phebo, Cauli Rodrigues, Almir Salazar, Miguel Curi e Neno do Tombo foram consideradas muito expressivas". No amador, Teco, Tito Mônaco (SP) e Ricardo Tatuí (RJ) foram os destaques. "O sol quente levou mais de quatro mil pessoas à praia, que formavam um bloco coeso olhando as disputas". O presidente da Citur Airton Oliveira visitou o evento, manifestou o desejo do Governador Amin de "apoiar a viabilização do Op como um campeonato internacional" e declarou: "daqui pra frente [o surf] não vai ser mais modismo, e sim um esporte que move muitos interesses".
No dia 25 houve 16 disputas no sistema homem-a-homem, tanto na pro quanto no amador. "Sol escaldante, ondas mais baixas e o maior público no 2º Op Pro".
Segundo matéria do dia 22, trinta pessoas trabalhavam "cerca de 10 horas diárias no evento". Doze juízes (5 de SC, 4 do RJ e 3 de SP) se revezavam em períodos de 2h, coordenados pelos head-judges Roberto Perdigão e Arnaldo Spyer. "As notas são passadas ao secretário de bateria Klaus Kaiser, que as entrega às somadoras (...), recebendo o resultado em cerca de 5 min. Após a conferência, Klaus passa a planilha ao locutor, que expõe o resultado". O locutor era o carioca Mário Carneiro, "que já faz esse tipo de trabalho há vários anos - inclusive com seis campeonatos mundiais, o Waimea 5000". O sistema de som da Pró Som tinha 8 mil watts de capacidade, com várias torres espalhadas pela praia. Os responsáveis pela trilha sonora, montada com rock brasileiro, britânico e new wave, eram Rude e Antônio Martins "Tony", que declarou: "recebemos pedidos para tocar The Cure, Billy Idol, Supertramp, Dire Straits e os brasileiros Paralamas, Lulu Santos e Decalcomania".
Os xerifes de área eram Guilherme e Ricardo Bugrão, que após a desclassificação de Roberto Valério declarou: "o jeito foi implantar duas poitas com bola para que todos soubessem em definitivo respeitar o local".
O concurso Miss Biquini Op premiou a vencedora com uma passagem para Maceió mais Cr$ 5 milhões, e deu prêmios em dinheiro à segunda e terceira colocadas.
Chamada de capa: "O catarinense de Balneário Camboriú, David Huzadel, de 23 anos, (...) se sagrou campeão do 2º Op Pro. (...) Davizinho surpreendeu a todos que esperavam a vitória do paulista Neno do Tombo. A multidão de mais de 5 mil pessoas acompanhou de perto a finalíssima e, vibrando, invadiu o mar com a vitória do primeiro catarinense a ganhar uma competição nacional". ´
"No céu da Joaquina o espetáculo era reforçado com vários ultra-leves".
"Recentemente, David voltou de uma viagem de seis meses à Califórnia e Havaí (...) proporcionada a partir de sua primeira colocação na 2ª Copa Catarinense, que lhe ofereceu passagens para Miami".

Clipping: coluna do Miro:
"Para quem não sabe o custo para organizar um campeonato do porte do Op Pro (...), o investimento chega a casa dos Cr$ 1 bilhão e 300 milhões. (...) O palanque possui 100m2 com todo o conforto possível, espaço para fotógrafos, banheiro, e mil outras milongas. A importância do Op Pro é tamanha que não é descartada a vinda do Ministro Marco Maciel para as solenidades de abertura".
"O concurso Miss Biquini foi o único "porém" do Op Pro de Surf (...) pelo resultado final. A gaúcha Cecília venceu e recebeu o prêmio sob forte vaia (...) dos que queriam porque queriam que a vencedora fosse a escultural morena de 1,80m de altura Roberta Pereira".
"O bar Arataca estava completamente lotado na noite de domingo quando Cidão, proprietário da Op, ofereceu um jantar para organizadores, colaboradores, surfistas, gatinhas que venceram o Miss Biquini e alguns amigos".

Algumas manchetes (dentre pelo menos 26 matérias publicadas:
"Multidão vibrou com vitória de Davizinho"
"Enfim, o surfe de SC com projeção nacional"
"O profissional Davizinho diz que ainda está em 'estado de bobice'"
"Visual compensou o acesso tumultuado à praia" (com foto de bunda)
"Joaquina se transformou num mar de griffes"

Mais: texto de Marcos Bicudo no site www.joaca.com.br.

1 Comentários:

José Ferreira de Barros Júnior disse...

Olá pessoal! Eu sou José Ferreira de Barros Júnior, conhecido no meio do Surf como Júnior Coquinho. O OP pro 86. Foi o meu primeiro campeonato a nível nacional que participei, para mim é inesquecível, tanto na aventura para chegar ao evento como na classificação, fiquei em 9 lugar, passei dez baterias para chegar na fase homem x homem. Sai da Paraíba de ônibus sozinho para participar desse evento. Queria se possível um registro oficial das baterias hxh ou da minha classificação. Já que vocês só divulgaram até o quarto lugar. Ficaria muito grato .Atenciosamente,