quarta-feira, dezembro 06, 2006

1985 - 1º Op Pro

Picuruta vence seu segundo evento nacional seguido na Joaquina e Bilo consegue o melhor resultado de um catarinense

Local: Praia da Joaquina, Florianópolis
Data: 27 de janeiro e 3 de fevereiro de 1985

Resultado profissional
1º. Picuruta Salazar (SP)
2º. Ferrugem Baltazar
3º. Waldemar "Bilo" Wetter (SC)
4º. Frederico D'Orey (RJ)

Resultado amador
1º. Marcos ADN (RJ)
2º. Sérgio Noronha (RJ)
3º. Guto Carvalho
4º. Carlos Burle (PE)

Oitavas-de-final (profissional): Cauli Rodrigues d. Valdir Vargas, Frederico D'Orey d. Mauro Pacheco, Ferrugem Baltazar d. Roberto Valério, Almir Salazar x Tinguinha, Picuruta Salazar d. Renato Phebo, Neno do Tombo x Saulo, Waldemar "Bilo" Wetter d. Daniel Friedmann, Gligon x Taiú.


Segundo informações do jornal O Estado:
Houve 386 inscritos (cerca de 120 na profissional e de 230 na amador).
Patrocínio: Ocean Pacific. Colaboração: Terraemar Viagens e Turismo, Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo do Estado, TV Cultura/Rede RCE, Casa Civil e Prefeitura de Fpolis. Promoção: Master Promoções e Asociação Catarinense de Surf.
Premiação: para o campeão profissional, passagem para a Austrália e Cr$ 9 milhões; vice, passagem para o Hawaii e Cr$ 4 milhões; terceiro, passagem para o Peru. O campeão amador recebeu uma passagem para o Hawaii. O custo total do evento foi divulgado como sendo Cr$ 130 milhões, sendo Cr$ 120 milhões de premiação, "cifra sem precedentes no surf brasileiro".
O coquetel de abertura foi no Centro Integrado de Cultura e "compareceram mais de 500 pessoas". A solenidade de abertura na Joaquina teve banda da Polícia Militar executando o Hino Nacional.
As condições do mar nos primeiros dias entusiasmou os participantes, com ondas de 7 a 8 pés (2 a 2,5 metros).
Já na segunda fase eliminatória, com ondas de 3 a 4 pés, destacaram-se três catarinenses: David Huzadel, Bilo e Roberto Lima. Tinguinha, Cauli e Daniel Friedmann venceram suas baterias. Na categoria amador, Teco, de 13 anos, fez boa apresentação. Destaques do dia 29 na categoria amador: Ivan Junkes, Zeno Brito, Luciano Fischer (entre os catarinenses) e o paulista Piu, "de apenas 15 anos, o participante mais jovem do campeonato". Na profissional, David Huzadel e Roberto Lima.
Waldemar "Bilo" Wetter foi o único catarinense a chegar nas oitavas, ao derrotar Dadá Figueiredo (que em um Festival Olympikus já havia perdido para Bita Pereira). David Huzadel perdeu para Ferrugem Baltazar.
Matéria do dia 30 destaca Picuruta Salazar como favorito: "depois da vitória no Olympikus 84, (...) foi buscar experiência internacional na África do Sul, onde ficou um mês (...) participou de uma etapa do Mundial, passou pela fase de triagem que teve mais de 100 surfistas e ficou em 16º, perdendo para o bicampeão mundial Tom Carrol". Picuruta "prevê que o campeão do Op terá que passar por um monte de barreiras, pois realmente os melhores surfistas do Brasil vieram a Florianópolis".
O locutor do evento, o carioca Mário Cesar Pereira Carneiro, tinha 33 anos, 13 dedicados ao surf. "Mário já trabalhou em 33 campeonatos de surf (...) e seu segredo para não ficar rouco é simples: chá de romã, propolina e vários copos e água".
Matéria de ambiente destaca as barracas dos patrocinadores na praia: Op, Essence, Raízes, Campeche, Lightning Bolt. "O que havia de mais ousado e moderno em termos de moda estava na Joaquina. Tangas gênero enroladinhas, que deixam a mostra tudo o que a imaginação permite e um pouco mais, calções quadriculados e sungas cavadas. As cores (...) quanto mais vivas melhor. Rosa-choque, laranja, verde-limão, amarelo e lilás despontavam na preferência. Óculos só espelhados, mesmo assim com frisos furta-cor nas lentes".
Houve uma programação cinematográfica paralela ao evento, com exibição de longas-metragem à noite no CIC, dentre eles "Adventures in Paradise", "Free Ride" e "Ocean Fever".
"As 24 anos, 15 dedicados ao surf, Picuruta (...) já havia sido convidado a participar do Stubbies, mês que vem na Austrália. Ele pretende seguir todas as provas do Circuito Mundial".
"Para chegar ao terceiro lugar, Bilo venceu (...) Dadá Figueiredo, Daniel Friedmann, Gugu e Fred D'Orey. (...) "Treinando bastante eu sentia que poderia me dar bem. Fiquei em 3ª na Copa Catarinense de Surf [em 83] e em 84 fiquei em 2º, perdendo para David Huzadel". Bilo já havia combinado: se ganhasse alguma passagem, iria para o Havaí com David e Garnizé."

Clipping: matéria de Marcos Heise, em 4/1:
"Após uma verdadeira maratona de 180 baterias em seis dias, (...) chegou ao final o 1º Op Pro. Repetindo o feito do Olympikus de 1984, Picuruta Salazar sagrou-se campeão. (...) Ele derrotou na final quase sem ondas o carioca Ferrugem Baltazar. Na disputa de terceiro lugar, foi nítida a vantagem de Bilo sobre o carioca Fred D'Orey. O melhor catarinense classificado surpreendeu pelas suas performances seguras e manobras radicais (...) Este resultado o projetou nacionalmente".

Clipping: coluna do Miro
"Tremenda bronca: Foi pelo microfone da praia, pra todo mundo ouvir, bem alto, repetidas vezes, que o apresentador oficial (...) deu a bronca nas gatinhas que aplicaram o chamado "golpe do biquini". Cada candidata recebia no ato de inscrição um biquini para competir (...). Bateu-se imediatamente o recorde de inscrições e foram distribuídos 120 biquinis, gratuitamente. Na hora do desfile, apenas 25 se fizeram presentes. As outras não devolveram os biquinis nem justificaram as ausências. Mas, afinal, o que é 100 biquinis para uma empresa que gastou Cr$ 120 milhões com um campeonato de surf? Nada, é até legal saber que os biquinis estão na praia".

Clipping: "O bar do Chico, com instalações modestas e sem maiores ofertas de serviços, tornou-se o 'Senadinho' da Joaquina, com a inevitável presença dos personagens mais típicos e folclóricos da Capital".

Mais: texto de Marcos Bicudo no site www.joaca.com.br.

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