terça-feira, abril 10, 2012

O difícil segundo ano no tour

A expressão 'sophomore', em inglês, é usada para designar estudantes no segundo ano do colégio ou da universidade - e no surfe, por empréstimo, surfistas na segunda temporada na elite.

Tão curiosa quanto a palavra é o o fato de existir uma expressão para algo tão específico. Mas sigamos.

Em 2009, segundo ano de Jordy Smith e Dane Reynolds no WT, naturalmente choveu sophomore nos releases da ASP. Mas naquela temporada a dupla tomou sufoco.

Parece regra, seja para protagonistas ou coadjuvantes, o segundo ano ser uma provação. Muito se fala da temporada inaugural; quantos não acharam a seguinte ainda pior. Há exemplos diversos, mas basta o de Adriano de Souza: após estrear no WT com semifinal em 2006, no ano seguinte só se manteve na elite pelo qualifying. Depois disso todos sabem: top 10 quatro temporadas seguidas, recorde brasileiro, nosso principal postulante a título.

Heitor Alves, Rodrigo Dornelles, Marcelo Nunes, Neco Padaratz, Jihad Kohdr - todos tem algo em comum, perderam o lugar na elite no segundo ano, alguns voltaram, outros não.

O sophomore brasileiro da vez é Aleho Muniz. Top 10 na estreia, começou a segunda temporada tropeçando. O outro 'suffer more' de 2012 é Julian Wilson.

Detalhe é que, além de Aleho, o Brasil tem na elite mais dois novatos difíceis de rotular - meio-sophomores, meio-rookies: Gabriel Medina e Miguel Pupo, que estrearam na metade de 2011. Mesma condição de John John Florence: já conhecem de Trestles em diante, mas debutam em tudo o que vem antes.

Tal situação surgiu por 2012 ser uma temporada anormal para a ASP, algo que também virou rotina: este é o terceiro ano atípico da entidade desde as mudanças deflagradas pelo 'rebel tour'. O primeiro teve a redução; o segundo, a rotação de setembro; e neste, enfim, a elite segue uma terceira via, reduzida mas sem trocas no meio de ano. Pode ser a fórmula definitiva, o tempo dirá.

Mesmo assim não deixa de ser piada Medina ser cotado para melhor estreante em 2012, após vencer duas das cinco etapas que competiu no ano passado. Mas os estatísticos da ASP não tem muita alternativa, salvo talvez torcer para Kolohe Andino ou Yadin Nicol, únicos rookies de fato este ano.

Medina e Pupo estão na primeira e meia, Aleho na segunda, Jadson na terceira, Heitor na quarta, Raoni na sexta e Mineiro na sétima temporada.

E falta pouco menos de um mês para o WT passar pelo Rio, parada fundamental nas pretensões de qualquer dos sete brasileiros na elite - seja título, top 10 ou manter a vaga, sejam rookies, sophomores ou veteranos...

2 Comentários:

Anônimo disse...

sempre um otimo texto.
bravo gustavo

Anônimo disse...

Muito boa sua observação!

Continuo torcendo para o Mineiro levantar o caneco nesta temporada!

Salut Provos Brasil