terça-feira, maio 24, 2011

Os ídolos brasileiros no banquinho



Fábio Gouveia, Flávio Padaratz, Victor Ribas, Peterson Rosa, Neco Padaratz - o Datasurfe publicou há algum tempo sua lista dos melhores brasileiros no tour mundial, não necessariamente em ordem. Esses cinco já ocuparam a seu tempo e modo o lugar de destaque que atualmente é de Adriano de Souza. Outros sete tiveram vida longa na elite, de quatro a dez temporadas completas: Guilherme Herdy, Renan Rocha, Armando Daltro, Paulo Moura, Jojó de Olivença, Marcelo Nunes e Rodrigo Dornelles, ainda em atividade.

Perspicaz relato de Júlio Adler no primeiro dia de seu Diário do Rio narra uma conversa com Victor Ribas no Arpoador. São ponto forte em seus textos esses breves porém ilustrativos diálogos – com Potter, Nick Carroll, Hickel, Neco, Marco Polo, desta vez com Ribas, brasileiro com melhor ranking na história da ASP, sobre quem pondera:

“Um dos surfistas mais populares do Brasil, Ribas não foi convidado pra festa que tantas vezes o premiou num passado mais que recente (...) Seria nossa memória curta demais, ou cruel demais, pra sequer homenagear um camarada que orgulhosamente se vestiu de verde e amarelo nos pódios mundo afora durante quase 20 anos? Vitinho pode até não ser lembrado, mas ainda não foi superado.”

Após uma segunda etapa tão celebrada em Bells pelo seu caráter histórico – o aniversário de 50 anos (após curiosa recontagem) do evento homenageou as lendas locais -, o retorno do WT ao festejado Rio de Janeiro foi tímido. Precisamos aprender a cultuar nossa memória. Em termos numéricos, a dupla Arpoador/Barra da Tijuca tem mais história no tour do que qualquer outra praia do país, incluindo Joaquina. Fora a expression com a turma dos anos 1970, pouco se viu a respeito pelo webcast.

Aliás, o circo não passava na cidade há uma década, mas pela transmissão em inglês o Rio parecia descoberto ontem. Como vitrine do país para o mundo é preciso ser mais do que uma festa gringa em terras brasileiras. Ainda bem que pelo segundo ano seguido (mas apenas pela sétima vez em 37 edições), no talento e na raça, um local roubou o show.

Por coincidência, nos dias do evento encontrei casualmente em Floripa outro recordista do surfe nacional, Neco Padaratz, dez temporadas e duas vitórias na elite. Dois anos mais jovem que Slater, se vê no auge, porém lidando com novos e sempre subjetivos critérios de julgamento e, pior, a recente rescisão dos patrocínios.

Chegar no WT é objetivo de 99,9% dos surfistas brasileiros que competem em eventos da ASP. Peneira finíssima, que leva... aonde?


amar la trama más que al desenlace

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