segunda-feira, março 29, 2010

O novo cenário com o ranking unificado

O registro feito aqui sobre as mudanças no tour mundial encontrou eco em blogs como o Alohapaziada e o Palavras ao Mar; e a partir desse intercâmbio consegui esclarecer uma dúvida que estava me incomodando.

A princípio, a ASP havia anunciado que os top 10 do WQS deste ano entrariam para a elite em 2011. Sendo assim, não fazia sentido a exclusão do ranking Qualifying (que ainda estaria em vigor) de seu site. Em sua página oficial, a entidade trocou este ano o ranking WQS pelo unificado (men's world ranking).

Porém, observei hoje que o comunicado está diferente, desde quando não sei: essas dez vagas serão definidas pelo novo ranking unificado (que segundo anunciado só entraria em vigor em 2011). Relendo, não há dúvida: encerrado o Pipemasters, última etapa do ano, a elite de 2011 será formada pelos 22 melhores do WT mais os top 10 do ranking unificado.

Caberia uns resmungos aqui, mas vamos adiante.

Claro que havendo redução da elite, o caminho dos aspirantes à ela fica mais difícil - é uma consequência óbvia. Mas neste ano de transição será particularmente complicado; se eu competisse no Qualifying, estaria frustrado. Além das vagas de acesso ao WT terem sido reduzidas em um terço (de 15 para 10), a concorrência no ranking unificado será muito mais acirrada. Os atuais top 45 também podem somar seus melhores resultados do WT e, se quiserem, têm vaga cativa nos eventos Prime. E este ano os Primes oferecem uma pontuação MUITO superior aos demais eventos.

O antigo calendário WQS foi dividido este ano em dois: eventos Prime e Stars. No momento, há nove Primes e 19 seis estrelas agendados para 2010 (sempre pode mudar, há etapas listadas como "tentativa"). A diferença de peso entre elas é enorme: um título em um Prime rende mais pontos do que vencer DOIS seis estrelas, enquanto um título em um seis estrelas... equivale às quartas em um Prime. Como exemplo: Wiggoly Dantas somou 3.656 pontos pela semifinal em Noronha e 2.250 pelo vice-campeonato na Tasmânia.

Detalhe: a única diferença entre um Prime e um seis estrelas é a pontuação, derivada do status. A premiação é a mesma, presumo que os custos também, bem como o número de baterias necessárias para chegar à final.

É provável que os Primes ganhem outros diferenciais ainda este ano: especialmente o limite de competidores, que deve cair de 128 para 96 no segundo semestre. E há mudanças que virão ao natural; cada vez mais integrantes da elite devem recorrer a esses eventos ao longo do ano. Tenho impressão de já estar vendo mais deles no WQS, e ainda estamos longe do corte em setembro.

Mas penso que se a ASP pretende criar uma categoria intermediária de eventos - a exemplo da série Masters Series no tênis - precisará repensar seus critérios para o status Prime. A potencial qualidade das ondas é muito questionável (basta dizer que Huntington Beach pode ganhar o status este ano), e com esse contraste na pontuação, ser Prime é um diferencial determinante demais.

Justo mesmo seria definir um número de Primes por ano, distribuí-los por região e decidir localmente quais eventos merecem o status. Quem sabe não é isso que vem por aí.

3 Comentários:

Maurio Borges disse...

Essa estória de eventos prime é coisa pra boi dormir. Invenção barata. Teve um ano que o evento das Ilhas Canárias terminou em ondas ridículas e mesmo assim pontuou como prime (não teve sentido). A ASP alega que o status prime é pela qualidade das onda do local sede do evento, porém várias provas acontecem em condições sofríveis. Isso, tbém desvaloriza de certa forma os 6 estrelas.
Por que não fazer 3 divisões, ou até 4 divisões. Todas com 32 surfistas, subindo 16 e caindo 16 em cada uma delas, com(50%)de aproveitamento?

Anônimo disse...

eu acho que deveriam ser bem menos eventos primes. senao um cara que nao ta tao bem no wt pode correr e se dar bem na frente dos caras que estao no qs. poderia ser definido praias em lugares mais exoticos...de dificil acesso, nao tanto pela qualidade das ondas que podem variar no decorrer do evento.

Brazilian Nuts disse...

Vc investiria UMA NOTA num campeonato 5 ou 6 estrelas, que passou a ser praticamente insignificante ao ranking unificado?
A ASP pirou com rebel tour e fez merda!!!