quarta-feira, fevereiro 17, 2010

A ascensão de Mineiro no tour mundial

Conforme mencionado aqui, nos próximos anos Adriano de Souza tem boas chances de estabelecer novas marcas para o surfe brasileiro no tour mundial - desde que tenha uma carreira extensa como as de Fábio Gouveia, Flávio e Neco Padaratz, Victor Ribas e Peterson Rosa. Com apenas quatro temporadas concluídas na elite, o paulista apresenta números significativos e está em ascensão.

Campeão mundial junior pela ASP em 2003 (título definido em janeiro de 2004), Adriano entrou para a elite ao ser campeão do WQS em 2005 - ano em que venceu duas etapas, na Costa do Sauípe e na França.

Também em 2004 e 2005 ele estreou pelo WCT, ainda como wildcard, nas etapas brasileiras. Em ambas perdeu no round 3: na primeira para Kelly Slater, na segunda para Damien Hobgood.

O confronto com Slater foi o primeiro de onze (dez pelo WCT) até o final de 2009. Adriano perdeu os nove primeiros (alguns com desfecho discutível) e deu o troco nos dois mais recentes. [Veja histórico]

Adriano participou de 43 etapas do WCT até hoje - entre 2006 a 2009, ausentou-se somente em Imbituba/2008 por causa de contusão. Nesse período, alcançou 3 finais (mesmo número de decisões de Neco, Ribas e Peterson, que somam mais do dobro de participações); fez outras 3 semifinais e parou sete vezes nas quartas-de-final.

Adriano na elite:
2006 - 20º - disputou todas as 11 - 1 QF | 1 SF
2007 - 28º - disputou todas as 10 - 1 QF
2008 - 7º - disputou 10 das 11 - 2 SF | 3 QF
2009 - 5º - disputou todas as 10 - 3 F | 2 QF

Um breve histórico ilustra a ascensão de Mineiro nos últimos anos:

2006
Estreou como integrante da elite com uma semifinal em Gold Coast, mas perdeu na repescagem nos três eventos seguintes. Foi às quartas em Jeffrey's Bay e às oitavas em Mundaka - não passou do round 3 nas demais, mas garantiu-se na elite pelo próprio WCT.

2007
Seu pior ano até hoje - passou do round 3 apenas duas vezes, repetindo as quartas em Jeffrey's Bay e as oitavas em Mundaka. No The Search do Chile abandonou o evento após ferir o rosto. Pelo WCT, ficou uma posição abaixo da zona de corte, mas se manteve na elite pelo WQS - venceu duas etapas seguidas no segundo semestre, em Itajaí e Itamambuca, e terminou em 16º no ranking.

2008
O começo da ascensão: mesmo não competindo no Brasil, foi top 10 pela primeira vez (igualando a marca de Peterson Rosa em 2001). A primeira final ainda não veio, mas teve regularidade: só não passou do round 3 uma vez, no The Search de Bali. Fez as oitavas em Gold Coast e Bells, quartas em Teahupoo, semi em Fiji, quartas em J-Bay, oitavas em Trestles, semi em Hossegor, quartas em Mundaka e oitavas em Pipeline.
Também venceu mais dois eventos pelo WQS, em Newcastle e na Bahia.

2009
O ano da afirmação: disputou três finais (em um mesmo ano, feito inédito para um brasileiro), conquistou o primeiro título, quebrou o tabu com Slater. Chegou aos top 5 (igualando marca de Fábio Gouveia em 1992) e passou a ser apontado como candidato ao título mundial por críticos como Lewis Samuel e Ian Cairns.
A temporada teve grandes feitos e alguns tropeços. Começou com o vice-campeonato na Gold Coast; perdeu na estréia em Bells; foi às quartas em Teahupoo; foi vice de novo, em Imbituba; perdeu na estréia em J-Bay; foi às quartas em Trestles; perdeu na repescagem em Hossegor; conquistou o primeiro título em Mundaka (bateu Slater na semi); foi às oitavas em Portugal; e fechou o ano no round 3 em Pipeline.
Detalhe: antes de Mundaka, ele já havia vencido Slater na semifinal do WQS em Huntington Beach.

Em 2010, torçamos para que o principal expoente brasileiro no tour amplie seus números com novos recordes.

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