Recalque ou não, os ozzies estão dando um banho na cobertura do boato do ano. A pérola mais recente (quase uma semana atrás, mas...) é a entrevista de Brodie Carr na Australian Surfing Life - a mesma que publicou a de Kelly Slater por Tim Baker e os artigos de Nick Carroll. Selecionei e traduzi alguns trechos relevantes das vinte respostas do CEO da ASP, com a habitual liberdade que um blog permite (quem lê inglês faz melhor indo no original no link acima).
"Até o momento não temos informação suficiente para opinar se [a proposta de um novo tour] é boa ou ruim para o surfe profissional. Não estamos tentando proteger a ASP, pensamos que pode ser bom, então vamos considerar (...) tivemos uma reunião de diretoria semana passada para debater nossa posição e enviamos três questões para Matt Tinley e Terry Hardy que precisamos ter respondidas antes de qualquer decisão formal".
"Eles deixaram claro que o tour deles vai ser O tour, superior ao nosso, e se for do jeito que eles dizem que vai ser, haverá o tour deles, o atual WCT e o WQS. Muita gente não se dá conta de que temos eventos confirmados para os próximos nove anos. Temos acordos de mídia, webcast. Para eles definirem locações, juízes, quem participa ou não, não é algo que se faz da noite pro dia".
"...desde que haja apenas um campeão mundial, circuitos de exibição podem existir. Mas quando é como no boxe, com campeões de diferentes organizações, perde-se legitimidade. (...) É muito importante para o esporte que haja um planejamento claro de carreira. Para que um garoto de 16 anos saiba o caminho para se tornar campeão mundial. Se você divide o esporte com um circuito que seleciona atletas sem um processo qualificatório, pode desandar."
"[Slater] diz que nos procura bastante, mas não. Ele poderia comparecer aos encontros, mas não o faz com frequência. Há um certo mito de que Kelly tem discutido esses problemas conosco há uma década. Com certeza, debatemos coisas ao longo dos anos, mas quando sento com os surfistas nos eventos, recebo 45 opiniões diferentes sobre o que deve ser feito (...) Kelly é muito importante para o esporte e ele seguiu esse caminho porque achou que é o melhor".
"[a transmissão internacional da etapa brasileira do WCT] ...é um pouco frustrante, claro, para os surfistas e os outros eventos do tour que investem na imagem online. Mas para a Hang Loose o foco é interno, o dia da final teve 70 milhões de telespectadores. A cobertura televisiva global [da ASP] não é tão ruim. Esse novo circuito não vai mudar tanto, na realidade é um tour norte-americano. E o resto do mundo? (...) Acho que o que as pessoas querem ver é mais consistência nos comentaristas e na produção de conteúdo."
"Há duas escolas de pensamento no surfe. Uma é que é preciso massificar (globalizar, go mainstream), a outra é que temos algo especial, e massificar significa canibalizar. É preciso achar um meio termo para não arruinar o que temos (...) queremos refletir com calma e ter certeza de que tomamos a decisão certa para o esporte, porque de outra forma pode não ter como voltar atrás".
terça-feira, agosto 18, 2009
O tour rebelde segundo a ASP
por Gustavo Cabral Vaz | 12:44 AM
Categorias: Factuais
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