O termo "Maracanã do surfe" é regularmente usado em referência a diferentes praias, mesmo que não sejam cariocas; o apelido adjetiva a importância histórica do local como arena competitiva e, muitas vezes, a qualidade de suas ondas.
Da mesma forma como arrisquei palpitar sobre os dez campeonatos mais importantes da história do surfe brasileiro, publico agora a lista das dez principais praias para competições de surfe no Brasil. Incompleta e sem ordem de importância, afinal a escolha é controversa. A seguir, os "Maracanãs do Surfe", segundo este blog:
1 - Vila de Imbituba (SC)
Estreou no tour mundial apenas em 1994, via WQS, mas tornou-se sede da etapa brasileira do WCT desde 2003. Três títulos mundiais já foram decididos nela (2004, 2005 e 2007). Recebe ondulações com tamanho e regularidade acima da média, tanto que sediou um evento exclusivo de ondas grandes em 1999.
2 - Barra da Tijuca (RJ)
Além de ser carioca, é a praia que mais recebeu etapas de primeira divisão do Circuito Mundial: 13, inclusive 9 WCTs seguidos. Também viu a decisão de três títulos mundiais (1992, 1999 e 2000). Integrou o WQS por nove anos e desde 2006 recebe a etapa decisiva do SuperSurf.
3 - Joaquina (SC)
Um dos berços do surfe profissional brasileiro, com os Festivais Olympikus e os Op Pros no início dos anos 80, recebeu seis etapas do antigo Nacional da Abrasp - abriu e fechou a temporada em 1989 e 1990. Sediou em grande estilo o retorno do Brasil ao Circuito Mundial, em 1986, e outras três etapas nos anos posteriores. Foi um dos palcos do WCT em 2003, mas perdeu a disputa com a Vila de Imbituba. Recebe este ano seu quarto SuperSurf (abriu a temporada em 2004 e 2008) e também já integrou a Seletiva Petrobras.
4 - Itaúna, Saquarema (RJ)
Palco de sete Festivais Brasileiros nas décadas de 1970 e 80, foi visitada pelo tour mundial apenas duas vezes: pelo WQS em 1997 e pelo WCT em 2002. Decidiu o antigo Brasileiro da Abrasp em 1987 e 1988. Depois integrou o SuperSurf em cinco temporadas, recebendo a decisão em 2003 e 2004. Como a Vila de Imbituba, segura ondulações grandes para os padrões brasileiros.
5 - Itamambuca, Ubatuba (SP)
A vizinha Praia Grande sediou a primeira versão paulista dos Festivais em 1972, mas desde então Itamambuca tornou-se a principal arena competitiva de Ubatuba. Recebeu cinco Festivais nos anos seguintes; fez parte de todas as cinco edições do antigo Circuito Brasileiro da Abrasp, entre 1987 e 1991; recebeu uma etapa do antigo Circuito Mundial (o Sundek Classic de 1988) e sete do WQS, entre 1992 e 2008. Por fim, é a única praia que integra o SuperSurf desde sua criação em 2000 (fechou a temporada de 2005).
6 - Pitangueiras, Guarujá (SP)
Palco da primeira vitória de um brasileiro pela ASP (Fábio Gouveia no Hang Loose de 1990), Pitangueiras foi um dos principais cenários do surfe profissional no Brasil entre o final da década de 80 e meados dos 90. Também fez parte de todas as cinco edições do antigo Circuito Brasileiro da Abrasp, entre 1987 e 1991 (sediou seis eventos); recebeu duas etapas do antigo Circuito Mundial (1990 e 1991) e sete do WQS - a mais recente em 2008, após 12 anos fora do tour.
7 - Maresias, São Sebastião (SP)
Famosa pelos tubos, mas também pela irregularidade. Sediou 4 etapas do WQS e 8 do SuperSurf, circuito no qual detêm o recorde de notas 10. Ficou de fora do Brasileiro apenas em 2001 e 2009; no período, recebeu três aberturas de temporada (2000, 2002 e 2003)
8 - Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)
A Pipeline brasileira recebe o Hang Loose Pro, válido pelo WQS, desde 2000 (dez temporadas consecutivas). Quando foi campeão do evento, em 2005, Bobby Martinez disse que era um dos melhores beachbreaks que já havia surfado. Há anos especula-se sobre uma transferência do WCT brasileiro para lá, mas o atual calendário da ASP impede a mudança.
Para as duas vagas restantes:
Arpoador (RJ) - sede de algumas edições do Waimea 5000 nos anos 1970/80, retornou ao tour em 2008, via WQS. Fez parte do primeiro SuperSurf, em 2000.
Prainha do Rio (RJ) - recebeu a conclusão do Waimea 5000 de 1981; e duas etapas do SuperSurf, inclusive a decisiva de 2002, uma das mais disputadas da história.
Silveira, Garopaba (SC) - pointbreak, coisa rara no litoral brasileiro, foi sede de três etapas do antigo Brasileiro da Abrasp, entre 1988 e 1990 (a primeira edição foi um campeonato histórico pelo tamanho das ondas).
Menções honrosas:
Não foram citadas diversas praias tradicionais em competições de surfe no Brasil, como Mole, Ferrugem, Cupe, Stella Maris. Na verdade, com exceção da Cacimba, em Fernando de Noronha (que pertence a Pernambuco), constam locações de apenas três estados: Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Mas pelo critério escolhido - importância histórica aliada a qualidade das ondas - me parece que essas três regiões ainda levam vantagem.
quarta-feira, junho 10, 2009
As dez principais arenas do surfe brasileiro
por Gustavo Cabral Vaz | 3:41 PM
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