sábado, dezembro 02, 2006

1986 - ASP 08: 1º Hang Loose Pro

8ª etapa do Circuito Mundial da ASP
Local: Praia da Joaquina, Florianópolis
Data: de 6 a 14 de setembro de 1986

Resultado
1º. Dave Macaulay (AUS)
2º. Mark Occhilupo (AUS)
3º. Shaun Tomson (AFS)
3º. Hans Hedemann (HAW)
5º. Sérgio Noronha (RJ)
5º. Merrick Davies (AUS)
5º. Glen Winton (AUS)
5º. Damien Hardman (AUS)

Semifinais
Dave Macaulay d. Hans Hedemann
Mark Occhilupo d. Shaun Tomson

Quartas-de-final
Hans Hedemann d. Damien Hardman
Dave Macaulay d. Sérgio Noronha
Mark Occhilupo d. Merrick Davies
Shaun Tomson d. Glen Winton

Oitavas-de-final:
Hans Hedemann d. Jim Hogan
Damien Hardman d. David Eggers
Dave Macaulay d. Brad Gerlach
Sérgio Noronha d. Mitch Thorson
Mark Occhilupo d. Wayne Bartholomew
Merrick Davies d. James Jeenings
Glen Winton d. Graham Wilson
Shaun Tomson d. Charlie Khun

Round 2
Jim Hogan d. Brian McNulty
Hans Hedemann d. Tinguinha Lima
Damien Hardman d. Greg Anderson
David Eggers d. Tom Carroll
Dave Macaulay d. Mike Parsons
Brad Gerlach d. Gary Clisby
Mitch Thorson d. Mark Richards
Sérgio Noronha d. Barton Lynch
Mark Occhilupo d. Rodolfo Lima
Wayne Bartholomew d. Rob Bain
Merrick Davies d. Wes Laine
James Jeenings d. Cheyne Horan
Glen Winton d. Dadá Figueiredo
Graham Wilson d. Terry Richardson
Shaun Tomson d. Iain Buchanan
Charlie Khun d. Bud Llamas

Round 1
Mitch Thorson d. Fernando Bittencourt
Rob Bain d. Paulo Mattos
Sérgio Noronha d. Chris Frohoff
Graham Wilson d. Ricardo Tatuí
Greg Anderson d. Almir Salazar
Brian McNulty d. César Baltazar
Bud Llamas d. Octaviano Bueno
James Jennings d. Renato Phebo
Dave Macaulay d. Felipe Dantas
Rodolfo Lima d. Scott Farnsworth
Dadá Figueiredo d. Scott McCranels
Gary Clisby d. Simon Law
Merrick Davies d. Matt Archbold
Iain Buchanan d. Pierre Tostee
David Eggers d. David Husadel
Tinguinha Lima d. Rob Page

Brasileiros pré-classificados (3ª fase da triagem): César Baltasar "Ferrugem", Eraldo Neto, Luiz Neguinho, Ricardo Bocão, Dadá Figueiredo, Zecão, Pedro Muller, Marcelo Bôscoli, Rodolfo Lima, Marcos Brasa, Taiú, Daniel Friedmann, Renato Phebo, Miguel Hoffmann, Felipe Dantas, Neno do Tombo, Picuruta Salazar, Cauli Rodrigues, Nelson Ferreira, Paulo Kid, Roberto Valério, Gugu do Cabo Frio e Almir Salazar.

Estrangeiros pré-classificados (3ª fase da triagem): David Eggers, Matt Monaragon, Dave Kennedy, Simon Law, Pierre Tostee, Robert Page, Nigel Veitch, Matt Archbold e Chuy Reina.

Classificados para o evento principal pelas triagens: Ricardo Tatuí, David Eggers, Dadá Figueiredo, César Baltazar, Simon Law, Taiú, Pierre Tostee, Rodolfo Lima, Fernando Bittencourt, Robert Page, Felipe Dantas, Renato Phebo, Matt Archbold, Almir Salazar, Sérgio Noronha e Paulo do Tombo.


Segundo informações do jornal O Estado:
Premiação total: Cz$ 875 mil (US$ 35 mil). Houve 155 brasileiros inscritos "e mais quantos estrangeiros viessem", entre australianos, norte-americanos, franceses, japoneses, sul-africanos e outras nacionalidades. Estiveram presentes quatro campeões mundiais: Mark Richards (tetra), Tom Carrol (bi), Shaun Tomson e Wayne Bartholomew. Outros favoritos: Mark Occhilupo, Glen Winton, Damien Hardman, Brad Gerlach e Hans Hedemann.
O vento sul soprou até a véspera do campeonato, dia em que os surfistas (inclusive gringos) treinaram na praia do Matadeiro. A solenidade de abertura teve banda de música e presença do governador Espiridião Amin.
As quatro fases de triagem foram feitas entre o primeiro sábado e terça-feira, com baterias de quatro atletas, começando com ondas de até 10 pés (3 metros), "uma ondulação considerada das melhores [no tour mundial] desde 84". Apenas brasileiros competiram nos primeiros dois rounds. Melhores atuações do fim-de-semana: Felipe Castejá, Fred D'Orey, Ricardo Toledo e o catarinense Waldemar Wetter "Bilo", que conseguiu a maior nota (9,95). Melhores atuações de segunda: Cláudio Marroquim, Fred D'Orey, Dodô de Mello (amador) e Fernando Bittencourt. Melhores atuações de terça (3ª fase): Fernando Bittencourt, Robert Page, Matt Archbold, Waldemar Wetter "Bilo", Saulo Lira, Pedro Muller, Simon Law e Ricardo Tatuí (amador).
Na quarta-feira (dia 10) entraram na competição (com baterias de 30 min., homem-a-homem) os back 14 da ASP e os dois wildcards da Hang Loose: David Arruda Huzadel e Tinguinha Lima. No dia (e fase) seguinte ingressaram os top 16 da ASP, já no evento principal. O mar baixou para um metro na quarta-feira e o proprietário da Hang Loose, Alfio Lagnado, cogitava definir uma folga ao evento. Quatro brasileiros avançaram: Sérgio Noronha (bateu Chris Frohoff), Rodolfo Lima, Dadá Figueiredo e Tinguinha (que estourou o tímpano no dia anterior). David Huzadel foi eliminado por David Eggers. Taiú perdeu para Bud Llamas em resultado polêmico.
Na quinta, diante de 2 mil pessoas, Tinguinha perdeu para Hedemann, Dadá para Glen Winton e Rodolfo Lima para Occy, mas Noronha derrotou Barton Lynch (o único brasileiro a avançar). Lynch reclamou do resultado. A surpresa foi a derrota de Carrol para David Eggers.
No sábado, Noronha virou sua bateria contra Mitch Thorson na última onda, "uma esquerda de backside muito manobrada, com várias reentradas e batidas no final". A matéria destaca ainda a vitória de Occy sobre Rabbit.
Extensa matéria do dia 15 (segunda) relata o final do Hang Loose. Após derrotar Frohoff, Lynch e Thorson no homem-a-homem, Sérgio Noronha perdeu para Macaulay nas quartas. Ele profissionalizou-se após o resultado, desistindo de competir no Mundial Amador na Inglaterra. Na bateria decisiva, "a tática de Occy foi escolher as melhores ondas da série. Macaulay fez o contrário, procurou somar o maior número de ondas. Foi mais feliz".
Matéria do dia 2 destacava o catarinense Saulo Lira, então com 22 anos, 12 de surfe, que considerava que "o surf catarinense finalmente está tirando a polarização em torno do eixo Rio-São Paulo" e dava um prazo de até dois anos para que Santa Catarina ocupasse o lugar de destaque dos outros dois Estados. Saulo ressaltou a vitória de David Huzadel no Op Pro, oito meses antes.
Matéria do dia 8 destacava o guarujaense Paulo Tendas, que competiu em etapas mundiais entre 1979 e 83, incluindo os Waimea 5000: "o mundial é a melhor coisa que está acontecendo (...) uma oportunidade de aperfeiçoar o nível de competitividade". O presidente da ASP era Ian Cairns, presente ao evento.
Matéria do dia 9 destacava Fred D'Orey, 23 anos, 13 de surf, que criticava o critério para escolha dos pré-classificados brasileiros (desempenho nos três maiores campeonatos no Brasil: Op Pro, Sundek e Match Balin) e elogiava a organização.
Matéria do dia 12 destacava o uso ilegal de marcas no Brasil, com declarações de Shaun Tomson.
Espelho de bateria
Cobertura Trip
Comentários Júlio Adler no Goiabada e no blog da Hang Loose, site da Hang Loose, texto de Marcos Bicudo no site www.joaca.com.br.


Mais: Todas as etapas do Circuito Mundial de 1986
Todos os eventos cadastrados de 1986

5 Comentários:

Anônimo disse...

E lá se vão 20 anos...
Parece que foi ontem...
No domingo, após o término do evento, ainda olhando a movimentação no mar, sentado nas areias da Joaquina, extasiado, amarradão com tudo o que havia presenciado (foi minha primeira cobertura), ainda vi um dos momentos mais bacanas no free surf. Numa direita (que nunca mais rolou)pra dentro da pedra careca. Cheyne Horan lá trás, dropa e acelera rabeando David Egg's que vem junto da espuma. Egg's (era um moleque) faz o botton e logo se encaixa (entuba). Lá na frente uma nova placa da onda também cai na frente de Horam que se encaixa e entuba também... Os dois conseguem sair juntos do tubo numa onda que tinha no máximo 1,0m. Incrível!Juntei as minhas coisas espalhadas pela areia e fui embora feliz da vida!
Faz tempo!

Anônimo disse...

O 1º campeonato mundial de surf na Joaca. Foi alucinante, eu tinha 12 p 13 fui pra praia com o pai do Dudu, pegamos o irmão dele, o Fernandinho, tava com um copo de plástico vomitando a bile.
Caí no mar. Tava grande. Fui lá pro meio da praia. No costão vinha umas esquerdas perfeitas de leste. Animais, de 2 metros e pouco.
No meio da semana tinha matado a aula pra ir pra praia com a raça. Tava o Shaine Horan com uma prancha que parecia um coração, ele dava uns 360, o Bita tinha uma prancha azul - tradicional.
Tinha uns fios dental massa, no OP tb. Cara, demais inesquecível. Nunca mais vai voltar. Aquelas paradas, autas ondas na Brava, a raça, era antes disso tudo.
Praia Mole, topless na Galheta. Arataca. ASJ. Animal.
Autas galeras. As mochilas no Salva-vidas o dia inteiro jogado. O Pablito, o Tortinha. Mulherada. A Vilma, o Break, André Negão.
Demais!
Beto Lacerda

Buzy disse...

Cara, comecei a ler o comentário acima, dizia "anônimo"... Logo na segunda linha, imaginei que aquela escrita meu lembrava o jeito de falar de um amigo meu... Então me veio a voz dele, como se ele estivesse narrando aquele texto... Ai veio a surpresa no final quando vi que o texto estava assinado!
Kkkkkkk... Betão! Tu és uma figura! Escreves exatamente como falas! Tá provado! Kkkkkkk
Boa época essa de 86, nunca tive muito jeito pro surf, mas sempre andei com essa galera toda, betão, Guria, Ricardinho, Banha, Paulinho, Raposão... Turma boa... A Raça!!
Grande abraço, BUZY

Buzy disse...

Cara, comecei a ler o comentário acima, dizia "anônimo"... Logo na segunda linha, imaginei que aquela escrita meu lembrava o jeito de falar de um amigo meu... Então me veio a voz dele, como se ele estivesse narrando aquele texto... Ai veio a surpresa no final quando vi que o texto estava assinado!
Kkkkkkk... Betão! Tu és uma figura! Escreves exatamente como falas! Tá provado! Kkkkkkk
Boa época essa de 86, nunca tive muito jeito pro surf, mas sempre andei com essa galera toda, betão, Guruba, Ricardinho, Banha, Paulinho, Raposão... Turma boa... A Raça!!
Grande abraço, BUZY

Moacir Junuor disse...

Meu Deus, quanto tempo se passou e lembro que fui comprar um chocolate p depois surfar no Matadeiro. Do meu lado, a que cara alto, orelhudo q não falava nada, só apontava pro q queria.
Mark Richard. Tive a sorte de surfar com eles no Matadeiro clássico, o puco na frente da pedra do jacaré, formava uma esquerda longa que ia até o Boronelle Bar, onde tinha o canal que levava pra fora. Show! Inesquecível.
Quando pensava em remar, já vinga um gringo berrando.
Que sorte a minha!